A tarde era agradável, os pensamentos eram os mesmos e o único que diferenciava aquela monotonia era o sabor do café. Mudava de acordo com os sentimentos que a vida lhe trazia, e naquela simples tarde, o amargo abria caminhos entre sua boca. Dispersa de qualquer sentimento, trazia mágoas e tristezas constantes. Não via mais luz ao amanhecer, beleza às paisagens, e nem amor a quem mais se amava. Mas ainda lhe restava um brilho nos olhos, como o de quem quer colo e cafuné pra sorrisos bobos. Levaria ela como tantos outros, lembranças de momentos nunca vividos? Aquilo já não importava, nada importava, ela só queria um pouco de amor próprio e mais uns goles de café pra provar o veneno alheio. Talvez amor próprio não seja um sentimento amargo, talvez amor próprio seja uma forma de tornar o café da tarde seguinte um pouco mais doce.
Nenhum comentário:
Postar um comentário